Viajar para Itália: Guia Completo com Dicas e Documentos 2024

Viajar para o país da bota é um sonho para muitos brasileiros e, com uma boa dose de planejamento, ele pode se tornar uma das experiências mais ricas e inesquecíveis da sua vida. Pensando em ajudar quem está com as malas (ou apenas a vontade!) prontas, o Brasileiros em Portugal criou este guia minucioso, trazendo informações detalhadas, práticas e atuais sobre tudo que envolve o processo de planejar e curtir uma visita à Itália em 2024.
Seja para explorar o Coliseu, provar massas legítimas ou sentir a energia da Toscana, a sua jornada começa aqui. Entre documentos, dicas culturais, clima, transportes e gastronomia, ilustramos cada etapa para tornar seu preparo mais leve e seguro.
Documentação: o que você precisa para entrar na Itália
Essa etapa pode soar assustadora, mas não é. Reunindo atenção e paciência, tudo se resolve.
Passaporte, visto e as novas regras do ETIAS
Hoje, brasileiros que visitam a Itália como turistas e permanecem até 90 dias não precisam de visto, mas há detalhes fundamentais para a entrada ser tranquila:
- Passaporte válido por, pelo menos, três meses após sua saída do Espaço Schengen (o ideal são seis meses para evitar apuros);
- Seguro viagem com cobertura mínima de €30.000 para despesas hospitalares, médicas e repatriação;
- Comprovante de hospedagem (reserva de hotel ou carta-convite, com detalhes do anfitrião se for ficar na casa de alguém);
- Passagem de ida e de volta já compradas;
- Comprovação de recursos financeiros: pelo menos 36 a 50 euros/dia, conforme as exigências atualizadas;
Além disso, a partir de 2026, será obrigatório para turistas brasileiros preencher o ETIAS (Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem), uma autorização eletrônica que será exigida para entrar na Itália e outros países Schengen. Trata-se de um processo simples, feito online, aprovado na maioria dos casos em poucos dias (leia detalhes nas atualizações sobre ETIAS).
Seguro viagem: não viaje sem ele
O seguro viagem é mais que um detalhe. Explico: a entrada depende de comprovar esse documento, que precisa cobrir pelo menos €30.000 para questões médicas e hospitalares, além de incluir repatriação e eventuais incidentes sérios, conforme definido pelas normas do espaço Schengen. Não ter esse documento pode significar impedimento na imigração.
Seguro não é luxo, é ingresso obrigatório para viajar tranquilo.
Dicas rápidas:
- Verifique se o seguro abrange esportes ou atividades diferenciadas, caso pretenda esquiar ou fazer trilhas;
- Tenha a apólice impressa e digitalizada;
- Consulte o valor da cobertura e tenha telefones de emergência do seguro registrados.
Comprovantes de hospedagem e carta convite
No momento da imigração poderão ser solicitados o voucher do hotel ou a carta-convite (caso se hospede na casa de algum residente local ou cidadão italiano).
- Reservas de hotel devem estar em seu nome, contendo endereço, datas e telefone do estabelecimento;
- A carta-convite deve incluir nome completo, documento e endereço do anfitrião, além de detalhes do visitante, motivação da estadia, duração e assinatura (detalhes sobre carta-convite e exemplos).
Regras para menores desacompanhados
Menores de idade desacompanhados precisam de autorização dos responsáveis legais, bem como documentação traduzida se necessário. Se viaja com apenas um dos pais, é bom consultar as exigências específicas do consulado.
Planejamento: as melhores épocas para visitar a Itália
O país é diverso em clima e cultura. A melhor época varia conforme seu objetivo: paisagens nevadas, praias ensolaradas, vinícolas ou festas religiosas? A diferença entre visitar Roma em agosto e Veneza em fevereiro é imensa.
Primavera (março a junho)
Período favorito para quem busca temperaturas agradáveis (12°C a 24°C), cidades floridas e menos multidões. Os campos toscanos ficam coloridos, as praças de Roma e Florença animadas sem o sufoco do verão.
Verão (junho a setembro)
Só aviso: faz calor! Termômetros podem passar de 35°C no sul da Itália. É a época das praias da Calábria, Sicília e Sardenha ganharem vida. Mas atenção: cidades turísticas lotam, os preços sobem e muitos italianos também partem para férias, especialmente em agosto.
- Período ideal para festas na costa Amalfitana;
- Ótimo para quem ama curtir o mar, mas menos prático para visitar museus ou ruínas ao sol.
Outono (setembro a dezembro)
Temperaturas caem suavemente, as cidades ganham outra cor, menos turistas. Ótimo para saborear a culinária local, participar de festivais de colheita e caminhar sem pressa.
Inverno (dezembro a março)
No norte, neve em peso. Oportunidade para esportes de inverno nos Alpes e Dolomitas, ou viver cidades como Veneza e Milão com menos filas e clima aconchegante (um cachecol é companhia obrigatória!).
Não existe tempo ruim para conhecer a Itália, apenas experiências diferentes.
Transporte: como se locomover na Itália
O país possui uma das redes ferroviárias mais extensas e eficientes da Europa. Trens conectam praticamente todas as regiões.
Viagem de trem
Tudo gira em torno das estações. O trem é rápido, confortável e pega o viajante no coração das cidades, feito sob medida para quem não quer se preocupar com estradas. Você chega de Roma a Florença em 1h30, de Milão a Veneza em menos de 3h. São viagens que poderiam ser um passeio por si só.
- Alta velocidade: Intercidades como Frecciarossa e Italo percorrem longas distâncias em poucas horas, com conforto e pontualidade;
- Trens regionais: Ligam pequenas vilas e cidades próximas. Costumam ser mais econômicos e param mais vezes;
- Bilhetes: Antecipe-se para tarifas menores, valide sempre antes de embarcar.
Outros meios: ônibus, carro e voos internos
- Ônibus: Cobrem destinos menores e são úteis para cidades não atendidas pelo trem;
- Carro alugado: Pode ser interessante para rotas pelo interior, mas dirigir nos grandes centros é complicado e o estacionamento, caro;
- Voos internos: Ligações rápidas entre cidades distantes, como Sicília ou Sardenha a Roma ou Milão.
Dica do Brasileiros em Portugal: Considere sempre a praticidade, o valor de cada experiência e seu ritmo de viagem. Às vezes, perder um pouco de tempo numa estação leva a encontros e surpresas inesperadas.
Hospedagem: onde ficar e como economizar
Opções não faltam, desde hotéis clássicos, B&B, apartamentos, hostels até experiências rurais em “agriturismos”.
Como escolher a região correta
- Próximo ao centro: Ideal para explorar pontos turísticos a pé e evitar deslocamentos caros ou cansativos;
- Bairros residenciais: Mais tranquilos e econômicos, com comércios locais autênticos;
- Interior: Casas rurais e pequenos hotéis oferecem isolamento e contato com a natureza e a cozinha local.
Dicas para economizar na hospedagem
- Reserve com antecedência nos meses de alta temporada (principalmente junho a agosto);
- Considere hostels ou dividir apartamentos para estadias mais longas;
- Fique aberto à experiência do “agriturismo”, casas de campo familiares que oferecem refeições típicas e atmosfera aconchegante;
- Cuidado com ofertas “milagrosas”. Sempre confirme a reputação e localização.
Hospedar-se bem não depende do luxo, mas de sentir-se acolhido.
A riqueza cultural e histórica da Itália
Poucos países oferecem uma variedade tão grande de monumentos, cidades históricas, sítios arqueológicos, museus e igrejas. Vale o passeio a cada esquina. Até comer um gelato na praça vira experiência cultural.
Patrimônios da humanidade
A Itália lidera o ranking mundial do UNESCO em quantidade de Patrimônios da Humanidade. Alguns destaques:
- Coliseu de Roma;
- Canais de Veneza;
- Centros históricos de Florença e Siena;
- Pompeia;
- Vila Adriana, em Tivoli;
- Ruínas gregas na Sicília;
- Costeiras coloridas de Amalfi e Cinque Terre.
Arte renascentista
É impossível não sentir a força da arte ao visitar museus de Florença, como a Galeria Uffizi, ou caminhar por Milão e encontrar obras de Da Vinci. O mesmo vale para as esculturas de Michelangelo, afrescos nas igrejas ou construções com séculos de história.
Costumes e festas locais
Italianos valorizam rituais. Seja um espresso rápido no balcão da cafeteria, mercados aos sábados de manhã ou festas de santa padroeira. O calor humano está sempre presente. Participe de festas populares, carnavais de Veneza, procissões de Páscoa, celebrações na Toscana. Observe: falar alto não é grosseria na Itália, apenas entusiasmo.
A cultura do cotidiano faz da viagem uma descoberta viva.
Gastronomia: sabores regionais e experiências imperdíveis
Poucos lugares do mundo vivem a comida de forma tão apaixonada como a Itália. Preparar-se para comer bem faz parte do roteiro.
O que comer e onde experimentar
- Roma: Experimente carbonara, cacio e pepe, e o autêntico gelato nas sorveterias tradicionais;
- Nápoles: O berço da pizza. Não saia sem provar a pizza margherita com borda alta;
- Florença: Bistecca alla fiorentina, um corte de carne alto e suculento;
- Bologna: Lasagna e tagliatelle al ragù;
- Veneza: Risoto nero feito com tinta de lula, cicchetti (versão local das tapas);
- Sicília: Arancini, cannoli e granita de pistache.
Costumes à mesa
- As refeições são lentas, com direito a conversa entre pratos;
- Água normalmente é cobrada à parte, mesmo nos restaurantes simples;
- Coperto (pequena taxa pelo serviço/mesa) costuma ser adicionado à conta;
- A gorjeta não é obrigatória, mas arredondar a conta é bem-vindo;
- As pizzarias, no sul, abrem após as 19h e o café da manhã é sempre leve;
- Prove vinhos locais e peça indicação dos próprios moradores.
Viajar para Itália sem comer com calma é perder metade da graça.
Orientações práticas: moeda, saúde, comunicação e segurança
Moeda e pagamentos
- A moeda local é o euro (€);
- Cartões de crédito/débito são aceitos na imensa maioria dos estabelecimentos, mas sempre ande com um pouco de dinheiro para pequenos comércios, mercados locais ou taxis;
- Preferencialmente saque dinheiro em caixas automáticos (ATM) das grandes redes bancárias.
Telefonia e internet
- Comprar um chip local (SIM card) é rápido e garante internet boa e barata;
- Há Wi-Fi grátis em hotéis, cafés e muitas praças centrais;
- Evite usar roaming brasileiro para não se assustar com a conta.
Língua e comunicação
- O idioma oficial é o italiano – mas em cidades turísticas, inglês e espanhol são compreendidos;
- Aprender expressões básicas (bom dia, obrigado, por favor) faz boa diferença no dia a dia;
- Evite usar aplicativos de tradução em voz alta em lugares sagrados ou restaurantes tradicionais, por respeito ao ambiente.
Segurança, saúde e cuidados sanitários
Os índices de segurança são satisfatórios, mas não vacile com golpes clássicos em áreas muito turísticas (como batedores de carteira e “ajudas” não solicitadas). O atendimento hospitalar é de qualidade, porém, sem seguro, pode sair caro. Farmácias (“farmacia”) estão por toda parte e costumam atender rápido.
- Beba água potável das fontes urbanas (claramente indicadas como “potabile”);
- Evite se expor ao sol forte no verão, especialmente em horários de pico;
- Verifique se vacinas de rotina estão atualizadas, especialmente gripe e tétano.
Como não cair em armadilhas e aproveitar ao máximo
- Fique atento às áreas turísticas, confundidores de turistas e preços “duvidosos” em algumas regiões;
- Guarde dinheiro e documentos em doleiras ou bolsas internas em transportes lotados;
- Evite segurar mapas grandes ou mostrar insegurança no centro de grandes cidades;
- Se precisar de ajuda, busque policiais uniformizados ou funcionários oficiais;
- Pesquise sobre horários de abertura e fechamento de pontos turísticos, museus e restaurantes, pois variam muito conforme a cidade e o período do ano.
Quem pesquisa antes de viajar, aproveita mais e gasta menos.
Itinerários sugeridos: o que incluir no seu roteiro
Para quem vai à Itália pela primeira vez, escolher o roteiro pode ser um desafio gostoso. Há opções das mais tradicionais às autênticas, mas sempre pense no seu ritmo e interesse pessoal. Algumas sugestões para tomar como base, e adaptar:
- Roma, Florença e Veneza: O “triângulo clássico”. História, arte renascentista e romantismo dos canais;
- Milão e Lago di Como: Mistura de moda, design e paisagens deslumbrantes nas montanhas;
- Bolonha, Parma e Módena: Percurso gourmet pela Emilia-Romagna, berço de parmesão, presunto e vinagre balsâmico;
- Nápoles, Capri e Costa Amalfitana: Sul vibrante, ruínas de Pompeia e pequenos vilarejos de tirar o fôlego;
- Sicília ou Sardenha: Percorra praias de mar translúcido, ruínas greco-romanas e cidades barrocas.
Lembre-se: o que faz a diferença não é só o que você vê, mas o que sente, e isso muda muito de viajante para viajante.
Conectando cultura, burocracia e prazer: sua viagem à Itália em 2024
Agora, com cada documento verificado, roteiro ajustado, expectativas preparadas e 💼 malas quase prontas, aproveite o que só um país tão plural pode proporcionar.
Viajar para Itália não é apenas cumprir um roteiro de pontos turísticos, mas descobrir, a cada esquina, a beleza nos detalhes, a surpresa nas pequenas conversas e a comida servida com carinho. Não se prenda só ao que já conhece: deixe-se perder nas ruelas, sinta o cheiro do café recém-passado e permita-se “ser turista” sem pressa.
O Brasileiros em Portugal está aqui para ser companhia de quem busca viajar melhor, informar e compartilhar experiências. Ao planejar sua nova jornada, aproveite para conferir nossos conteúdos, dicas e conexões. Dê o próximo passo, organize sua viagem, viva a Itália ao máximo e conte com nossa equipe para inspirar e ajudar sempre!
Perguntas frequentes sobre viajar para a Itália
Quais documentos preciso para entrar na Itália?
Brasileiros devem apresentar passaporte válido por, no mínimo, três meses após a data de saída do Espaço Schengen. Também é preciso comprovar hospedagem (voucher de hotel ou carta-convite), seguro viagem com cobertura mínima de 30 mil euros para despesas médicas e hospitalares, passagem de volta e recursos financeiros (mínimo de 36 a 50 euros por dia, conforme exigências oficiais). Crianças e adolescentes desacompanhados exigem autorização dos responsáveis.
Preciso de visto para viajar à Itália?
Não, brasileiros não precisam de visto para viagens de turismo, negócios, estudo ou trânsito, desde que a permanência não ultrapasse 90 dias dentro de um período de 180 dias. A partir de 2026, será obrigatório preencher o sistema ETIAS antes do embarque (detalhes sobre o ETIAS).
Qual a melhor época para visitar a Itália?
Tudo depende do tipo de experiência que você deseja. A primavera (março a junho) e o outono (setembro a dezembro) oferecem clima ameno e cidades menos lotadas. O verão é perfeito para praias, enquanto o inverno atrai quem gosta de esportes na neve. Festas tradicionais podem influenciar bastante no roteiro e nos preços.
Quanto custa viajar para a Itália?
O valor varia conforme estilo de viagem, roteiro, época do ano e cidades escolhidas. Em média, uma viagem de duas semanas, com hospedagem econômica, alimentação básica, transporte e passeios principais, pode custar entre 1.500 e 2.500 euros por pessoa (sem incluir passagens aéreas). Para experiências mais exclusivas ou cidades maiores, o custo aumenta.
É seguro viajar para a Itália em 2024?
Sim, a Itália é considerada segura para turistas. Os maiores riscos estão associados a furtos e golpes em áreas de grande movimento turístico. Siga recomendações de segurança, cuide de seus pertences e tenha sempre seus documentos à mão. O sistema de saúde é confiável (com seguro viagem), e cuidados sanitários básicos são suficientes para evitar contratempos.